domingo, 8 de março de 2009

Efeito Tropicália rompe clichês do movimento na caótica Barcelona




Depois de virar balzaquiana e ser tema de uma marcante exposição em Londres em 2006, a Tropicália agora chega a Barcelona como uma revolução cálida e amável onde se pensa, se dança e se celebra.

Até o mês de maio, o Museu de Arte Contemporânea de Barcelona promove “O Efeito Tropicália”, reafirmando o interesse europeu pelo movimento que foi divisor de águas na cultura brasileira.

Se no Barbican de Londres a tentativa de reunir Os Mutantes e a participação de fundadores do movimento foram pontos altos, o Macba de Barcelona propõe uma agenda mais lado B.

Com um programa revelador dos desdobramentos e influências mais contemporaneos do Tropicalismo, a série de shows homenageia Rogério Duprat sem deixar de fora as distorções da bossa de Arto Lindsay.

E artistas considerados pelos curadores a expressão do novo som brasileiro, como Kassin mais dois, são o prato principal oferecido pelo Macba.

Tem também Rebeca Matta, que mostra pela primeira vez em Barcelona seu som que vai muito além das influências de Tom Zé e Chico Science no que seria a expressão perfeita do canibalismo estético proposto pelos tropicalistas.

E a participação do paulista radicado em Barcelona Wagner Pá é mostra das reais intenções de “O efeito Tropicália”. Figura chave no agito da cena multicultural da cidade, o trabalho de Wagner, verdadeiro embaixador do som brasileiro por aqui, é o tropicalismo contemporaneo na prática.

O rompimento e vanguarda do Tropicalismo ficam a vontade na geléia geral que é a Barcelona contemporânea. Por aqui, ninguém é estranho a uma já estabelecida cena do som brasileiro.

Mas para os ouvidos de um certo público Europeu só acostumado ao som de bossa nova mainstream e suas versoes lounge cool a mostra é oportunidade única de entender onde tudo começou.

“O Efeito Tropicália” certamente romperá com percepções limitadas e estabelecerá novos horizontes para o som brasileiro por aqui.

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